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Destaques

Lua

Hécate, deusa grega das encruzilhadas, por Stéphane Mallarmé, 1880. Ah, Hécate, no desvelar da lua A noite obscura encobre o sombrio segredo Do poder oculto e fugidio do aparecer  Na noite eterna que encobre em mistério Soturna e lúgubre a verdade esquecida Entre memórias há muito perdidas e apodrecidas Do que se tem como a luz que emana de ti  Vendo agora, no clarão sombrio  Da noite que engole o Ser e o Mundo  E seu Abismo de negrume e Nada Somos tragados adentro da magia da deusa Hécate, nos abençoe e fortaleça Seu glóbulo ocular entre-nuvens  Disperso porém presente, vívido porém evanescente Somos reféns de ti nas noites de glória Ao grande Sabá cósmico à Máquina Tanatoerótica  De Nosso Senhor Dioniso, expressão viva Da tripartite de seu do rito profano  Deus coroado das terras da Frígia  Gerado, destroçado e germinado  Para ascender do Abismo da destruição  Delirante de alegria orgástica em seu ato de Sacrifício   E pela máxima diabólica da transgressão Lhe solicitamos a benção, ó

Reencontro


Lady with Flowers de Leopold Schmutzler 

Sinto sua falta

Em tudo o que vejo

Em tudo o que sinto 

O brilho dos seus olhos

Fonte do meu profundo desejo

Me arrebata e me assalta 

Fazendo minh'alma ressoar 

Como grão som de um sino 

Como compor a tênue existência 

Dos dias cotidianos

Quando momento a momento vou eu

Insistentemente calculando os instantes

Para vê-la novamente? 

Quiçá tão somente o suficiente 

Para que seus lábios molhados 

Toquem o meu espírito maltratado 

Quisera eu ser padre, santo ou asceta

Mas minha condição de homem me torna 

Completa e inteiramente entregue 

Ao pecado do corpo, do desejo e da paixão 

E por ti, meu bem, que por uma vez já me perdi 

No paraíso infinito de ti como mulher 

Encontrei, apesar de tudo a dádiva do perdão 

Não vejo, ora bolas, por que não

Me entregar, uma vez mais ao desatino do destino

Seja o que Deus quiser

Se ele quiser, e se não quiser

Façamos – nós – o que nos couber 

Pois não cabe a mim nem a ti

Querida, minha 

Decidir o conluio que tal dádiva do reencontro 

Reserva no futuro

Tão somente aproveitar tua tenra e doce companhia 

Cujo o agora se faz e se desfaz

Constantemente se refazendo a cada momento 

E para mim a única verdade descansa 

Na ideia para mim sempre proibida 

Negada e eludida 

De que, de algum modo há uma esperança 

De que dure sempre um pouco mais do que um dia

Que dure uma semana, um mês, um ano 

Ou mesmo uma vida

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