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Autopoiése
Pouco me importa o amor da bela dama
Não me interessa cavalheirismo
Tudo o que me interessa é que a mim mesmo
Arda na minha própria chama
E como que levado por um importantíssimo
Imperativo do espírito autodidata
Fundamentalmente narcísico
Eu veja na mulher desejada
Somente semente e gérmen
Para minha obra a ser criada
A paixão nada mais é do que terreno e adubo
Para um campo de grande cultivo ao qual me entrego
Em minha solidão completamente povoada
Da diva, de Deus, de outrem e dos espíritos que povoam
Minha mente sempre e completamente atormentada
Sou homem, portanto não desejo nada mais do que me fazer
Um com a divindade que me guarda
O estatuto que infimamente se assenta em meu coração
Como por um destino sempre tênue da arte
Que pode ser rompido nesse e frágil cordão
Do homem com o etéreo empíreo
De um mundo que alça sua fabulosa imaginação
Mas que não cessa em nenhum momento
De satisfazer-se com o simples e mundano empírico
Sobretudo me faço obreiro de estrelas
Num berçário de criações divinamente concebidas
E cuja mulher do meu desejo tão somente é a parteira
Do abismo de sem-sentido povoado que se encontra nas veredas
Perdidas, imbricadas de meu espírito problemático
Complexo, perplexo, imbricado na esteira de uma constante produção
Que faz de mim um ser autopoiético
Em constante modelagem em argamassa
Infindável criação e recriação
Cuja alma tem sempre o caráter de um deus poético
Me inspirando não tão somente pela mais valia da paixão
Mas de tudo o que vem do animal homem de sua maldita raça
O qual eu roubo e assalto para meu uso particular
Sem sequer me importar com o que vão pensar
De tudo isso que eu tomo para sempre algo de novo
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