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O Labirinto
De uma infecção padeço
Minhas entranhas ela consome
Seu nome: Ideia
Quisera eu ser acéfalo
Para não me corromper
Dessa inteligível mácula
Vez ou outra lhe concebo
Um certo apelido
Como Espírito ou Ser
Invertendo meu ateísmo
Até o ponto crítico
Da fé no invisível
Minha descrença
Não encontra lugar
Nos labirintos conflituosos
De mim mesmo
Falta um nome
Ou mesmo um signo
O touro desse dédalo
Pode muito bem ser
Aquilo que se denomina Ser
Que me caça
E sob meus calcanhares
Sempre me alcança
“Quem é você?”
Pergunto eu ao touro
“Eu sou você” – me responde ele
“Sou também o herói”
“Que com espada desembainhada”
“Finda o Ser”
“Tenho ânsia de não ser”
Sussurra o herói no meu ouvido
Negando o perigo
De tudo o que quer mais
Que o corte frio
Da lâmina e do vazio
O touro fala uma vez mais
Em direção ao herói em mim
“Lograste o percurso”
“A trapaça na travessia”
“Não passou despercebida”
“Teu fio de destino se vê agora rompido”
O homem que tudo entregou à violência
Com o auxílio de uma maliciosa bruxa
Se encontra perdido
Seu último golpe
No coração do Ser
Desferido
No final das contas
A bruxa era amante
Do grande touro
E o herói escolhido
Tão pretencioso
Está eternamente esquecido
Sacrificado foi o animal
Mas algo subsiste
Por um plano astuto
Da bruxa que manipulou o homem
Para que somente o Ser
Persistisse
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